sábado, 1 de junho de 2013

Escrevo-te o último poema que farei para ti,
As últimas palavras que te dedicarei, escritas por mim,
Mas palavras não desvendam o silêncio por detrás delas,
Não te dizem o espectro emocional sofrível,
Muito menos o arranha-céus fatalmente palpável,
Não te dizem o que te quis dizer.

Não nos voltaremos a ver nem a falar,
Pensaremos alguma vez no outro? Parei de te amar?
Não sei para onde vou ou para onde vais,
Se remamos para outros mares ou voltamos ao cais,
Se observamos gaivotas e não nos olhamos mais.
Não te leio a mente ou o teu interior,
Estás melhor ou ainda não te fugiu a dor?
Leio-te os olhos e eles transmitem...
Não, já não os leio; a luz que eles emitem
Fere-me os confins internos do amor.

Desaparecemos como aparecemos.
Tão vazios e cheios, porém sem que nada o previsse.
Devia ter olhado para trás? Estarias no mesmo sítio?
Não, já não estás. Viajaste para longe, tão longe...
Não te sinto nem nunca mais vou sentir.
Guarda-me.
Ou talvez não, amachuca-me mais um bocado e atira-me ao lixo.
Não, não faças nada disso.

Então digo-te para não me esqueceres mas sei a resposta,
Então digo-te para me veres, mesmo longe, e para esqueceres as dores,
Então acordo e digo-te como o teu cabelo é um mar de amores.

Ia pedir-te um abraço mas algo me impediu,
Talvez a razão ou a consciência; o momento fugiu.
Serei atormentado por não o ter feito?


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